Hoje choro
Mas lembro do primeiro dia
Aquele dia
Vindo do nada
Do nada
Ah filhinha!
Você e aquela
Que sempre será minha
Quando te vi
Não reconheci
Mas hoje sei quem fois
Você que não parecia
Foi a que eu mais queria
A dor que eu mais temia
A perda que eu mais
lamentaria
Ah taninha!
No primeiro dia
Foi tudo tão novo
Tão calmo
Tão errado
Depois de um tempo
Eu aprendi
E logo me apeguei a ti
Eras a que alegrava meus
olhos
E me davas boas lembranças
Tantas esperanças
Tanto sofreu
A batalha perdeu
A luta perdeu
Na praia morreu
Quem sofre sou eu
Ah filha!
Quanto chorei
Quanto clamei
A voz não ouvi
Ah que dor!
Meu bem
Meu amor
Nunca quis o mal a ti
Nunca fiz nada de ruim
Não quis o mal
Perdoai-me pelos erros
Pois eu não sabia o que fazia
Perdoai-me
Tudo o que quis
Foi o melhor
Eu tentava
Quando tudo aconteceu
Ah filhinha!
Era a primeira vez
Primeira filha
A mais velha
A mais bonita
A mais amada
A minha menina
Naquela hora
Pela primeira vez
Pela primeira vez
Eu vi
Eu vi
Algo acontecer
Não foi bom
Foi de machucar
A vida que nascia
Iria terminar
Eu estava perto
Pude presenciar
Quão doloroso e
Ver algo acabar
Você estava tão quieta
Sabia que iria partir
Era uma questão de tempo
Não querias ir
Eu vi
Você
Ir ao fundo
Descansar
Eternamente
E nunca voltar
Aquela hora
Naquele momento
Muito sofrimento
Muito tormento
Mas eu vi
Eu vi
Vi
Vi com dor
Você partir
Não pude impedir
Não queria que fosse
Eu vi
Você
Deitar no fundo
E ir
Partir
Sair
Eu vi
Vi
Você ir
Olhando a frente
O lugar
O futuro
Morto
Passado
Presente
O que pensavas?
O que olhavas?
O que observavas?
O que admiravas?
O que contemplavas?
Voce sofria
Eu via
Eu vi
Vi
Você partir
Você ir
Eu vi
Você
Eu vi
Pela primeira vez
Aquele momento
Com a minha primeira menina
Segundo ser
Primeira
Mas velha
Mais forte
Ir com um sopro
Com o vento
Com Deus
Pra nunca mais voltar
Mesmo que o vento frio
Sopre sem cessar
A vela do meu coração
Nunca se apagara
Pois a dor e tão grande
Que a chama aumentara
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